Diante das muitas zombarias e comentários sofridos por sua filhinha Alexa, os pais estão implorando à Amazon para mudar o nome de sua assistente virtual. Eles também não são os únicos a pedir que a gigante da web renomeie seu assistente, em favor de um nome “menos humano”.
Enquanto alguns não hesitam em chamar seus filhos de Twifia para ganhar 18 anos de internet grátis, outros têm que conviver com provocações e comentários todos os dias desde que seu primeiro nome se tornou o de uma das assistentes virtuais mais usadas no mundo: Alexa. Isto é o que os pais da pequena Alexa dizem aos nossos colegas britânicos da BBC.
Desde a popularização da assistente virtual da Amazon, a menina vítima de assédio e abuso diário na faculdade, tanto de alunos quanto de professores. “Ela começou a não querer mais aparecer por causa das piadas e da reação. Ela era e ainda é uma criança, mas os adultos achavam que não havia problema em tirar sarro dela. A escola não a ajudou e disse que ela precisava desenvolver sua resiliência”, disse a mãe de Alexa à BBC.
A pequena Alexa agora sofre de problemas psicológicos significativos e, diante de seu sofrimento, os pais tomaram uma decisão significativa: mudar legalmente o primeiro nome de seu filho. “Ela está em um lugar muito melhor agora. Cortamos os laços com seus antigos “amigos” e a matriculamos em uma nova escola para dar a ela um novo começo. A injustiça nunca a deixará, nem nós. A Amazon precisa alterar a palavra de ativação padrão em seus dispositivos. É claro que não houve pesquisas éticas suficientes sobre o uso do nome Alexa”, garante a mãe de Alexa.
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Alexas em todo o mundo estão com raiva da Amazon
No Reino Unido, 4000 pessoas com menos de 25 anos são atualmente chamadas de Alexa, e alguns de seus parentes contaram histórias semelhantes à BBC. “Começou na recepção. Crianças mais velhas diriam coisas como Alexa, tocar discoteca. Os outros meninos o entenderam e gritaram ordens para ele”, conta Charlotte, mãe da pequena Alexa.
Obviamente, esse problema não se limita ao Alexa no Reino Unido. Lauren Johnson, originalmente de Massachusetts nos Estados Unidos, lançou uma campanha chamada Alexa is Human. “Minha filha Alexa agora tem 9 anos. Tudo isso vai muito além das provocações e bullying “normais”. É o apagamento da identidade. A palavra Alexa tornou-se sinônimo de servo ou escravo. Isso permite que as pessoas tratem as pessoas com o nome Alexa de maneira servil”, explica ela.
Por sua vez, a Amazon disse estar “triste com as experiências” que foram compartilhadas e lembra que “bullying de qualquer tipo é inaceitável, e o condenamos nos termos mais fortes possíveis”. Por outro lado, a Amazon especifica que existem outras palavras de ativação como Echo ou Computer, sugerindo de passagem que uma mudança de nome não está realmente na agenda.